Cheguei na casa pela
primeira vez no meio de uma noite gelada. Abri a porta e não havia ninguém lá dentro,
somente eu, nu, em um corpo quase adulto. Uma fileira de pessoas atrás de mim.
Tentei raciocinar o que
estava acontecendo, mas meu cérebro não dava nenhuma dica. Havia estradas,
milhares delas, todas enumeradas e que partiam do mesmo lugar: a porta onde eu
estava parado. Tudo aquilo era novo e desconhecido, mesmo assim senti que devia
escolher uma daquelas longas estradas, acopladas dentro da casa, e que partiam
da abertura da porta. Por algum motivo, que não lembro bem hoje qual, escolhi a
de número 37. Não sei por que aquela, ela era toda lamacenta e parecia não
levar a lugar nenhum. Mesmo assim entrei nela e comecei a andar.