22 janeiro, 2013

Perdido.

Cheguei na casa pela primeira vez no meio de uma noite gelada. Abri a porta e não havia ninguém lá dentro, somente eu, nu, em um corpo quase adulto. Uma fileira de pessoas atrás de mim.
Tentei raciocinar o que estava acontecendo, mas meu cérebro não dava nenhuma dica. Havia estradas, milhares delas, todas enumeradas e que partiam do mesmo lugar: a porta onde eu estava parado. Tudo aquilo era novo e desconhecido, mesmo assim senti que devia escolher uma daquelas longas estradas, acopladas dentro da casa, e que partiam da abertura da porta. Por algum motivo, que não lembro bem hoje qual, escolhi a de número 37. Não sei por que aquela, ela era toda lamacenta e parecia não levar a lugar nenhum. Mesmo assim entrei nela e comecei a andar.
Muito tempo depois notei que a lama da estrada estava finalmente desaparecendo e formando uma bela estradinha de madeira, contornada por pedras de todos os tamanhos. Percebi finalmente que havia escolhido o caminho certo.
Em certos momentos minha estrada se cruzava com a estrada de outros e, por algum motivo, esses outros pareciam mais felizes do que eu, e seus caminhos pareciam mais divertidos e interessantes do que o meu... Um dia, inconscientemente, virei para a esquerda e entrei em outro caminho.
Depois de muito tempo um homem falou comigo:
"O que você vai fazer da sua vida?"
Eu não soube o que responder, por tanto respondi “não sei” e continuei andando. De início achei que havia feito o certo ao mudar de caminho, aquela estrada era muito melhor que a minha. Mas logo notei que ele não mudava de forma. Minha antiga estradinha de madeira, pouco antes de eu sair, estava aos poucos virando uma bela estrada de tijolos, mas aquela não. Nada mudava ali. Era um caminho infinito, que não levava a lugar nenhum, cujo único fim era o meu próprio fim.
Foi como se o mundo tivesse dado uma pausa. Neste momento eu estou perdido, tanto física quanto mentalmente. Minha cabeça dói e tudo que eu olho não tem sentido... Onde eu estou? O que vou fazer agora? Não consigo mais achar minha estrada de madeira! Tudo está confuso... Não posso! Não consigo continuar aqui!
Estou numa espécie de deserto infinito. Se você está lendo isso é porque você existe, então não estou sozinho, apesar de continuar me sentindo assim. Não sei o que fazer, eu estou perdido, tentando achar meu caminho de madeira novamente. Preciso de ajuda. Você está aí? Você é real? Eu espero que sim. Seja lá quem você for, me mande ajuda, me mande um sinal que você existe, que está aí, que se importa! Por favor. Só quero sair daqui, saber que não estou sozinho, saber que tudo isso é um sonho, e que quando eu acordar vou estar no meu caminho de madeira novamente. Me ajude.

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