Hoje foi um dia triste. Triste demais na verdade. Quando acordei meu cachorro havia morrido. Corri para o banheiro chorar, e lá, olhando no espelho, percebi que havia engordado e que estava cheio de espinhas.
Quando desci as escadas para chamar meu pai, ele estava gritando ao telefone. A empresa havia falido e ele havia perdido todo o nosso dinheiro. Resolvi ir para escola, mas quando cheguei lá lembrei que não tinha amigos. Havia prova naquele dia. Recebi um zero. E um risinho da professora. No intervalo estava morrendo de fome, mas não havia trazido nada para comer. Dormi na aula de biologia, e o professor me deu um olhar de reprovação por isso.
Histórias de um mouco
09 fevereiro, 2014
17 janeiro, 2014
Vida
A vida anda. Em certos momentos parece que ela corre, e em outros parece que rasteja. Mas a vida não é uma simples unidade que se movimenta uniforme e invariavelmente.
Ela é como dezenas de pessoas, correndo todas para um mesmo destino: o futuro.
O problema é que certos corredores chegam rápido demais ao futuro. E chegam eufóricos, sem nem mesmo saber como chegaram ali tão rápido, às vezes desejando poder voltar para a metade do caminho, e fazer tudo um pouco mais devagar.
Ela é como dezenas de pessoas, correndo todas para um mesmo destino: o futuro.
O problema é que certos corredores chegam rápido demais ao futuro. E chegam eufóricos, sem nem mesmo saber como chegaram ali tão rápido, às vezes desejando poder voltar para a metade do caminho, e fazer tudo um pouco mais devagar.
13 julho, 2013
Multipolaridade
Felicidade,
tristeza, tranquilidade, apreensão, expectativa, saudade. É estranho como tenho
sentido todas essas emoções ao mesmo tempo nos últimos meses.
Minha
vida finalmente parece estar entrando nos eixos quando finalmente consigo visualizar
um futuro para mim. A euforia de estar finalmente incluído em alguma coisa é
simplesmente fantástica. Li uma vez que “fazer parte de algo especial nos torna
especial” e é justamente isso.
Mas
mesmo assim antigas preocupações e pensamentos ruins persistem e, no fim, este
tem tudo para ser o melhor ano da minha vida, e também o pior, por estar
arriscando muitas coisas, e sujeito a perder muitas outras.
15 abril, 2013
Lego House
Olhei aquela casa com um ar de
decepção. Ela já era grande, apesar de ainda não estar nem na metade. Veja bem,
digamos que nada ali estava ficando do jeito que eu queria, nem mesmo
aparentava que um dia iria ficar, à medida que eu continuasse.
A casa era formada de várias
pecinhas e cada uma delas representava minhas escolhas e atitudes ao longo da
vida. Fiquei triste ao notar que mais da metade das peças estava fora do lugar,
que havia peças que não deveriam existir, e peças que, de fato, infelizmente,
não existiam, mas que deviam.
01 abril, 2013
Not so infinite.
Eu sinto sua falta. Não é todo dia, nem de longe é toda a hora, para falar a verdade acontece raramente... Ainda sim, sinto. Toda a vez que vejo aquela cena, toda a vez que vou àquele lugar, que ouço aquela música... Eu sinto sua falta. Sinto sua falta como um ex-fumante, mesmo depois de anos sem fumar, relembra do gosto relaxante de nicotina na boca, e tenta bravamente resistir ao impulso de retornar ao vício. Eu sinto sua falta como um filho sente a falta de um pai, que morreu há dois anos, toda a vez que vê um amigo jogando bola com um mais velho.
A dor não é insuportável, nem de longe é, mas ela existe, e dói, pinica. Você não sabe mas agora sou obrigado a passar por aquele lugar todos os dias. Sou obrigado a ter a lembrança constante de eu e você andando por aquela rua, pensando e dizendo que seríamos infinitos.
12 março, 2013
Crise Existencial.
Passei a vida toda fingindo inconscientemente ser alguém que eu não sou, achando que era alguém que eu não sou. Então, de repente, um idiota qualquer bateu na porta e me contou que tudo aquilo que eu achava que era a vida toda, na verdade, é uma fraude. O que fazer agora? Continuar a ser mesma fraude de sempre, continuar sendo aquilo que eu não sou?
22 janeiro, 2013
Perdido.
Cheguei na casa pela
primeira vez no meio de uma noite gelada. Abri a porta e não havia ninguém lá dentro,
somente eu, nu, em um corpo quase adulto. Uma fileira de pessoas atrás de mim.
Tentei raciocinar o que
estava acontecendo, mas meu cérebro não dava nenhuma dica. Havia estradas,
milhares delas, todas enumeradas e que partiam do mesmo lugar: a porta onde eu
estava parado. Tudo aquilo era novo e desconhecido, mesmo assim senti que devia
escolher uma daquelas longas estradas, acopladas dentro da casa, e que partiam
da abertura da porta. Por algum motivo, que não lembro bem hoje qual, escolhi a
de número 37. Não sei por que aquela, ela era toda lamacenta e parecia não
levar a lugar nenhum. Mesmo assim entrei nela e comecei a andar.
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